quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Revisão para a UFBA

Curso Pré-vestibular Santa Bakhita (Novo Horizonte - Sussuarana) anuncia sua revisão para a UFBA.

Dias 8 e 9 de novembro (20 horas de aula).

Professores de primeira linha.

Taxa única: R$ 15 com material.

Informações: ( 071) 3306-3498


Localidade: Salvador, Ba

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

VIII° SEMINARIO “Pe HEITOR”





MEMÓRIA DO SEMINÁRIO - 1º Dia



Durante os quatro dias do VIII Seminário de PE. Heitor foi realizada uma verdadeira anamnese (do grego aná = trazer de novo e mnesis = memória). Com a exibição dos vídeos, fotos, cartas e relatos das pessoas que com ele conviveram, foi possível sentir a presença dele, era como se esses 10 anos sem a sua presença física não existissem; ele continuando no meio de todos com seu largo sorriso, sua quietude e sua capacidade de provocar a reflexão.

O clima emocional foi cultivado desde o começo com o canto da esperança “Irá chegar” e o canto da amizade “Um abraço negro”.
Neste seminário, a reflexão, a sensibilização e os questionamentos estiveram presentes desde o 1º dia, pois o grande tema “BEBER DO POÇO ALHEIO” foi esmiuçado nos sub-temas: RESGATE DA MEMÓRIA de Pe. Heitor: Negritude, CEBs, Juventude Negra e Movimento Popular; HÁ UM CHEIRO DE EVANGELHO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO. Estes sub-temas ajudaram os presentes a conhecerem e/ou relembrarem a figura de Heitor e acolher o anseio religioso, dialogante e libertador da sua missão. Percebeu-se que era impossível dissociar a pessoa e o trabalho desenvolvido, pois Heitor acreditava no que fazia, fazia-o pela certeza de poder contribuir. E contribuiu muito, como se pode perceber pelos relatos de Yulo, William, Jéssica e Jailton.






CENPAH - Centro de pastoral Afro Padre Heitor

O CENPAH, Centro de Pastoral Afro “pe. Heitor Frisotti”, foi fundado em 1999 pelos Missionários Combonianos, uma congregação de origem italiana, cujo carisma é trabalhar com os mais pobres e abandonados, especificamente com a comunidade negra na África e na diáspora. O CENPAH nasceu como resposta aos anseios da População negra, que é a maioria na cidade de Salvador. Quem começou este trabalho foi justamente Pe. Heitor Frisotti que viveu em Salvador de 1983 até 1998, aproximando o mundo afro com a mente o com o coração, publicando estudos e reflexões de riqueza incalculável, porque nascidas de uma convivência apaixonada. O CENPAH, em parceria com o Centro Arquidiocesano de Articulação da Pastoral Afro, articula diferentes iniciativas em prol do povo negro das comunidades eclesiais da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, sobretudo dentro do Bairro de Sussuarana onde está situado.
O CENPAH tem quatro objetivos principais:


◊ Resgate da Identidade negra Positiva;
◊ Promover uma ação Pastoral inculturada;
◊ Promover um diálogo inter-religioso com as religiões de matrizes africanas;
◊ Trabalhar para integração do Negro na sociedade e na Igreja.



domingo, 3 de agosto de 2008

Mudanças na Ufba


Correio da Bahia (BA), 23/09/2006


A Universidade Federal da Bahia (Ufba) vai passar nos próximos anos por uma profunda reformulação com a criação dos bacharelados interdisciplinares (BIs), um curso básico de três anos, e alterações no processo de seleção. Ainda não se sabe se o vestibular vai acabar, mas esta possibilidade existe e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser, a partir de 2008, o único meio de ingresso na instituição. Tudo depende do texto final do projeto que ainda está sendo discutido, mas o estudo já tem aprovação do Ministério da Educação (MEC). A proposta é do reitor Naomar de Almeida e foi divulgada esta semana, em São Paulo. Hoje, às 16h, as idéias vão ser apresentadas à comunidade acadêmica na reunião do Conselho Universitário, na Reitoria da Ufba.
Os BIs serão a porta de entrada da universidade. Todos os alunos deverão escolher entre disciplinas das grandes das áreas do conhecimento humano (ciências da matemática, ciências da vida, saúde, humanidades e artes). Depois da formação básica, ele poderá optar, de acordo com o desempenho, pela entrada na etapa profissionalizante, na qual se especializará em cursos tradicionais como medicina, direito ou arquitetura. Os períodos ainda não foram definidos, mas provalvemente os cursos ficarão mais longos. Quem concluir o BI vai receber o diploma de bacharel e poderá lecionar ou optar por um mestrado acadêmico para tornar-se professor ou pesquisador.
A proposta prevê ainda a mudança gradual do atual sistema de seleção baseado no vestibular, aumentando cada vez mais o número de alunos que igressam através do Enem. A mudança deve abrir caminho para uma nova estrutura das universidades públicas brasileiras, aproximando o modelo do adotado no ensino acadêmico americano e europeu.
Para o pró-reitor de graduação da Ufba, Maerbal Marinho, tudo ainda precisa ser bem analisado, discutido para só depois ser colocado em prática. "O projeto ainda poder ser modificado, mas as linhas gerais são estas. Vamos agora discutir e apresentar nossos planos ao conselho universitário", lembrou Maerbal.
A nova Ufba, como está sendo chamado o projeto, foi uma das bases da campanha de reeleição do reitor Naomar Almeida e deve ser totalmente implantado até 2010. Segundo ele, o novo modelo diminuirá a evasão, pois atualmente a escolha de uma profissão está ocorrendo aos 16 anos de idade e nem todos têm maturidade suficiente para acertar na decisão e muitos desistem no decorrer do curso. A reestruturação acadêmica não deve afetar a parte física da instituição, mas um incremento de recursos pode ser necessário para a contratação de novos professores. A Ufba tem 24 mil estudantes e dois mil professores, uma proporção de 12 para um. Segundo Naomar, o ideal seriam 60 alunos para cada professor, o que poderá abrir mais vagas.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dicas rápidas para uma boa redação




1) Na dissertação, não escreva períodos muito longos nem muitos curtos.


2) Na dissertação, não use expressões como “eu acho”, “eu penso” ou “quem sabe”, que mostram dúvidas em seus argumentos.


3) Uma redação “brilhante” mas que fuja totalmente ao tema proposto será anulada.


4) É importante que, em uma dissertação, sejam apresentados e discutidos fatos, dados e pontos de vista acerca da questão proposta.


5) A postura mais adequada para se dissertar é escrever impessoalmente, ou seja, deve-se evitar a utilização da primeira pessoa do singular.


6) Na narração, uma boa caracterização de personagens não pode levar em consideração apenas aspectos físicos. Elas têm de ser pensadas como representações de pessoas, e por isso sua caracterização é bem mais complexa, devendo levar em conta também aspectos psicológicos de tipos humanos.


7) O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal; a carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação deverá estar orientada.


8 ) O que se solicita dos alunos é muito mais uma reflexão sobre um determinado tema,

apresentada sob forma escrita, do que uma simples redação vista como um episódio circunstancial de escrita.


9) A letra de forma deve ser evitada, pois dificulta a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma boa grafia e limpeza são fundamentais.


10) Na narração, há a necessidade de caracterizar e desenvolver os seguintes elementos: narrador, personagem, enredo, cenário e tempo.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

5 de junho: Dia mundial do meio ambiente.


Neste 5 de junho, dia do Meio Ambiente, é importante lembrarmos alguns dados que refletem a difícil situação mundial em relação ao uso dos 2,5% de água doce disponíveis no planeta. Segundo relatório da Unesco, órgão da ONU para a educação e responsável pelo Programa Mundial de Avaliação Hídrica, mais de um sexto da população mundial, ou o equivalente a 1,1 bilhão de pessoas, não tem acesso ao fornecimento de água doce.
Dos exíguos 2,5% de água doce existentes no mundo, porém, apenas 0,4% estão disponíveis em rios, lagos e aqüíferos subterrâneos – a Terra possui cerca de 1,39 bilhões de km 3 de água, distribuídos em mares, lagos, rios aqüíferos, gelo, neve e vapor. A situação tende a piorar, com o desmatamento, a poluição ambiental e as alterações climáticas dela decorrente: estima-se que será reduzido em um terço o total de água doce disponível no mundo. Enquanto isso, ações que poderiam reduzir o desperdício desse líquido cada vez mais raro e, portanto, precioso, demoram a ser tomadas pelas diferentes esferas governamentais.
Sabe-se que o maior consumo de água doce é na agricultura, responsável por 69% do uso, e que as grandes metrópoles têm edificações com sistemas hidrossanitários (bacias e válvulas sanitárias, torneiras, chuveiros, entre outros) gastadores.
Ações globais e estruturais, como a irrigação por gotejamento, em vez da usual por aspersão, e o incentivo à implantação de programas de uso racional da água economizariam milhões de metros cúbicos, evitando assim a necessidade de novos reservatórios de água, caros e que prejudicam o meio ambiente, ao derrubar matas ciliares com o alagamento.
As medidas de incentivo à troca de equipamentos gastadores por outros, economizadores – como bacias e válvulas que consomem 6 litros por acionamento, em vez dos 12 ou até mais de 20 litros por acionamento consumidos pelos equipamentos defasados, a instalação de arejadores e restritores de vazão em torneiras e chuveiros, entre outros, são instrumentos bem-sucedidos de diminuição do consumo.
Os equipamentos economizadores estão disponíveis – e obrigatórios, por norma da ABNT - em nosso país desde 2003. Programas racionalizadores já foram adotados em Nova York e Austin, nos EUA, e Cidade do México. Nova York instalou, entre 1994 e 1996, mais de um milhão de bacias sanitárias economizadoras, com incentivo aos moradores e empresários para as trocas, e passou a poupar 216 milhões de litros de água por dia.
Enquanto isso, no Brasil temos campanhas esporádicas para diminuir o consumo de água, rapidamente abandonadas assim que acaba a eventual seca e os reservatórios estão cheios. Isto foi o que aconteceu em São Paulo , em 2004, quando os cidadão foram premiados com desconto de 20% em suas contas de água se atingissem as metas de redução. Alguns prédios públicos também trocaram suas instalações hidrossanitárias gastadoras por outras, economizadoras. Há, porém, a necessidade de implementarmos programas duradouros e permanentes de incentivo à redução do consumo de água.
A concessionária Sabesp, que atende a maior parte dos municípios paulistas, por exemplo, desenvolve atualmente um projeto que custará cerca de R$ 100 milhões para trocar dutos antigos, cuja deterioração provoca vazamentos e perdas de água estimados em 34% do total produzido. Embora louvável, a preocupação da concessionária paulista em diminuir suas perdas e, portanto, aumentar o lucro de seus acionistas, deveria se traduzir também em ações que beneficiassem o consumidor final e o contribuinte diretamente, como os programas de uso racional da água e o incentivo à troca de equipamentos obsoletos por outros, economizadores.
O governo federal, por sua vez, poderia desenvolver programas de educação e incentivo aos agricultores que adotassem o método de gotejamento na irrigação, poupando outros essenciais milhões de metros cúbicos de água. Assim, projetos como o da transposição das águas do rio São Francisco, com investimento estimado em cerca de R$ 4,5 bilhões pelo governo federal, poderiam ser melhor aproveitados. A implementação desses programas, de racionalização do uso da água e da irrigação por gotejamento, resultaria em benefícios econômicos, sociais e ambientais para a sociedade como um todo.
Autor: Carlos Lemos da CostaEnviado por: Rodrigo Prada

quarta-feira, 30 de abril de 2008

TIRE DE LETRA A ANGÚSTIA DO VESTIBULAR


Você está se preparando para o vestibular e não sabe como lidar com tanta angústia. A cada dia se vê mais apavorado com a idéia de fracassar e vive sob tensão constante. E a sensação de cansaço que parece não te abandonar nem depois de uma semana de sono? Mas fique tranqüilo, existem maneiras de controlar o stress e a ansiedade que, segundo especialistas, só fazem atrapalhar seu bom desempenho durante as provas.
Talvez você não saiba, mas o vestibular é uma das grandes fontes de stress do mundo atual. E o que significa isso? Doenças que podem surgir da noite para o dia, como dor de cabeça constante, rinite, dores no corpo e gastrite. Na hora do vestibular, relaxar é fundamental.
Tudo bem, é quase impossível fazer isso? Mas dá certo, com um pouco de esforço. Cuidar da alimentação, com uma dieta rica em frutas, verduras e legumes é fundamental.
“Quando resolvi prestar o vestibular e peguei o meu manual, fiquei nervosa ao ver as matérias e aquele monte de coisas que teria de estudar e lembrar na hora da prova. É claro que medo e nervosismo são coisas naturais, mas não podemos deixar que isso nos atrapalhe”, conta a estudante Mônica Kamber, 1º ano de Comércio Exterior.
O que fazer?
Damos algumas dicas para evitar o cansaço desnecessário.
Em primeiro lugar, procure aprender, e não decorar as matérias.
Quando for divulgado o local da prova, vá conhecê-lo. Verifique o trajeto, o tempo gasto, as linhas de ônibus ou locais de estacionamento. Não corra o risco de um atraso no dia do exame.
Separe todo o material na noite anterior à prova: lápis, canetas, borrachas e documentos.
Ter uma boa noite de sono antes da prova é essencial.
Varar a madrugada antes do exame não vai tirar nenhum atraso nos estudos. Procure fazer uma refeição leve antes de sair; um estômago pesado atrapalha o raciocínio e aumenta a tensão. Quando fechar os livros e apostilas, deixe as preocupações com o vestibular de lado.
Leve para a sala água, chocolate ou barras de cereais, pois a fome também atrapalha a concentração.
Por fim, ao receber a prova, leia as questões com calma e atenção. Quando se deparar com alguma dificuldade, pule para outra que você possa responder. Assim, você recupera a tranqüilidade e aumenta a confiança para resolver o resto da prova.
Calcule seu tempo. Não esqueça de reservar um tempo para preencher o gabarito.
Mas, e se der aquele branco, de repente? Pare um minuto, tome um gole d’água e bola pra frente.
E Mônica, que já tirou de letra a ansiedade causada pelos exames, ensina: “Galera, na hora do vestibular tentem ficar bem à vontade, estar bem descansados e ter certeza de que você pode! Quando eu terminei a prova, estava tranqüila, mas a ansiedade de saber o resultado era muito grande. O melhor momento é quando você vê o seu resultado e percebe que está pronto para conquistar seu espaço”.
E se der branco?
“A possibilidade de me dar um branco na hora H era o que mais me preocupava”, conta a estudante Jacheline Dias. "Procurei não pensar muito nas provas e tentei levar minha vida como sempre, fingindo ser essa mais uma prova que prestei, como tantas outras da escola”, continua. Jacheline não passou por uma das fases consideradas mais difíceis, que é a pressão dos pais. “Eles sempre esperam os melhores resultados dos filhos. Isso gera muita ansiedade e medo”, diz uma professora que faz parte da banca examinadora das provas de Redação da Fuvest que, por motivos de sigilo profissional, não pode ser identificada.
Ela conta que a ansiedade faz com que os alunos escrevam as coisas mais estranhas na redação. “Eles têm tanto medo que acabam escrevendo coisas que nós, da banca examinadora, sabemos que é um estilo que não tem nada a ver com um jovem de 16, 17 anos”, diz.
A dica, segundo ela, é ser o mais natural possível e procurar usar sempre seus conhecimentos. “O nervosismo é tanto que fica nítido nas provas. Muitos candidatos param a redação no meio e começam a relatar seu estado emocional”.
Por mais que se dêem dicas para que os vestibulandos consigam manter a calma, a maioria não consegue se controlar e nem levar adiante uma rotina menos estressante. Principalmente quando vai chegando o dia da prova. “O erro mais comum que encontramos nas redações é a falta de linearidade. Eles não percebem que acabam escrevendo em círculos, pois pensam muito em como agradar aos examinadores”, conta a professora. “A insegurança leva o aluno a mascarar suas próprias idéias”.
Veja como se livrar o stress
* Anote tudo o que lhe estressa. Toda semana, dê uma olhadinha nos seus registros e não deixe os probleminhas de hoje se tornarem os problemões de amanhă.
* Procure se abrir com uma amigo de confiança. Compartilhe tudo: suas alegrias, frustrações e tristezas.
* Console-se. Você não pode mudar o mundo. Faça a sua parte e já estará ajudando muito.
* Há hora para tudo: tão importante quanto os milhares de compromissos, é o descanso. Reserve um tempinho para passear, divertir-se. A questăo é se programar.
* Procure ter uma boa noite de sono. Antes de se deitar, não faça atividades que te deixem ligadão, como ouvir aquele som pra lá de agitado.
* A atividade física é uma grande aliada contra o estresse. As endorfinas - substâncias liberadas quando se faz exercícios - são um calmante natural. Além disso, quem está em forma tem mais chances de enfrentar numa boa os efeitos do estresse.
* Aprenda a transformar os momentos em que está sozinho em total curtição, como a hora do banho. Cante no banheiro, olhe-se no espelho e converse com você mesmo...
* Leve a vida a sério, mas não a ferro e fogo. Lembre-se de que todo mundo é humano e está aqui para aprender.
* Para isso, tem o direito de acertar e errar, sem medos.
Principais sintomas do stress
- Respiração mais rápida e curta.
- Ombros, pescoço e maxilares ficam tensos.
- Transpiração excessiva nos pés, mãos, testas e axilas.
- Cansaço crônico e dificuldade para pegar no sono.
- Distúrbios do apetite para mais ou menos.
- Batimentos cardíacos acelerados.
- Dificuldade para se concentrar e memorizar.
- Dificuldade para controlar emoções
Fonte: webvest

terça-feira, 22 de abril de 2008

CURSINHOS SOCIAIS: A PORTA DE SAÍDA

Alunos do curso Santa Bakhita na semana de CCN

por Jorge Portugal, em14/03/2008 (Extraído do site Tô sabendo)


De alguns poucos anos para cá, vem ocorrendo um poderoso movimento sócio-cultural que, sem exageros, pode ser considerado uma verdadeira revolução silenciosa. Refiro-me aos cursos pré-vestibulares sociais, em geral coordenados por ONGs, e que oferecem oportunidade de estudos a milhares de jovens pobres da periferia que , em outras condições, jamais poderiam sequer sonhar
em cursar uma universidade. O pioneiro e já legendário foi o “Steve Biko”, destinado a estudantes negros que, em 16 anos de existência, vem contribuindo para mudar a cor da paisagem humana das nossas universidades.
Depois – apenas em Salvador – vieram a Oficina de Cidadania, os Quilombos Educacionais, o Milton Santos, a Central do Vestibular e muitos e muitos outros que operam no anonimato dos bairros populares.
A Central do Vestibular, coordenada pela ONG Arquitetos do Futuro, é a que abriga o maior número de estudantes pobres e a que vem de apresentar, este ano, um resultado simplesmente estonteante: são 900 alunos pagando uma taxa social em torno de R$ 70,00 (só pra lembrar, os cursinhos da classe média cobram mensalidades de R$ 435,00) e tendo a educação como ÚNICO trampolim para melhorar suas vidas. Apenas como móvel de comparação, há três anos, raríssimos foram os alunos da ONG que se “atreveram” a tentar o vestibular da UFBa, temido pela complexidade de sua prova e pelo alto nível dos concorrentes, oriundos da rede particular e dos cursinhos da elite. Este ano, a Central do Vestibular aprovou, SÓ na UFBa, 131 estudantes, com destaque nas áreas de Medicina, Direito, Odontologia, Medicina Veterinária, Psicologia, Engenharias, outrora “reservas de mercado” dos estudantes ricos da Bahia. Eram pessoas “programadas para perder”; mas estão somando vitórias retumbantes a cada ano.
Por entender profundamente que “fome se combate com arroz e feijão, mas pobreza se combate com educação”, o secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Walmir Assunção, acaba de estabelecer parceria com a reconhecida ONG Arquitetos do Futuro, com o objetivo de implantar pré-vestibulares gratuitos em todos os Centros Sociais Urbanos de Salvador, com futura extensão para toda a Bahia. Serão quase 6.000 ( seis mil) estudantes pobres da periferia estudando com os melhores e mais experientes professores dos cursinhos consagrados da cidade. Isso é que eu chamo de “empatar o jogo”; a partir daí vale o talento e a garra de cada um.
É, minha gente, existe mais realidade social do que supõem os camarotes e as cordas dos blocos de trio...

Jorge Portugal - Educador e Poeta, é membro do Conselho Nacional de Política Cultural.